Cá estou eu para desta vez falar sobre as Reportagens da televisão portuguesa. É incrível mas a minha ideia é que nas várias televisões portuguesas existem várias gôndolas com papeis com temas de reportagens. Só que esses temas são sempre os mesmos: pescas, síndrome de Down, Autismo, Deficientes e imigrantes. Será que é isto que acontece ou será que os jornalistas apenas seguem uma ordem esperando que o espectador se deixe levar e ao chegar ao último tema já não se lembre do primeiro? Estou a ficar farto, farto destas reportagens dos coitadinhos num país onde para além disso existem programas semanais que dedicam 10 minutos de antena a uma modelo a saltar de um avião de pára-quedas (que pena que funcionou) e depois 40 segundos a dois grandes actores do panorama nacional como José Pedro Gomes e António Feio.
De facto, não é só numa estação de TV que isto acontece, mas em várias, por entre camadas e camadas de novelas, e programas de paredes em esferovite, ou ainda a melhor coisa que se apresenta, series de qualidade cuja única pena é serem repetidas. Mas esta é para mim a maior causa da dificuldade de fazer humor em Portugal, onde para fazer comédia só se pode recorrer á humilhação de uma figura publica, onde uma piada intemporal com o imprescindível toque de inteligência não coloca gargalhadas, e onde a cabeça do publico apenas reconhece os protagonistas das novelas, ou a cantora da moda. É este o efeito de uma programação a meu ver (e volto a frisar: na minha opinião), de entretenimento, rápido, fácil, amorfo e por um lado esgotável, em programa mas inesgotável, em lama de formato, que mais parece uma agulha que me espetam a cada cinco segundos de emissão e que me deixa sem uma intenção sequer de ter som na televisão.